Projeto

ESCOLA MUNICIPAL MITÃ RORY

Um oásis para a aldeia

A escola na aldeia Amambai é o refúgio de 900 crianças — é um oásis para a aldeia. A escola provê um ambiente de aceitação e proteção para as crianças indígenas. É muito importante valorizá-las desde pequenas para que cresçam orgulhosas de sua etnia e língua.

O ambiente fora da escola nem sempre é tão acolhedor e compreensível com o indígena, e essa é uma das causas que tem elevado o número de suicídios nessa população. No Brasil, de acordo com o Mapa da Violência elaborado com dados do Ministério da Saúde (2012) entre a população indígena — em geral — a cada 100.000 pessoas, 30 cometem suicídio. Por muitos anos, a nação Caiuá vem sendo açoitada por altos índices desta estatística: entre esta tribo, a cada 100.000 caiuás, 60 se entregam ao suicídio. Nesse contexto trágico, a maioria da população indígena sofreu o trauma de perder alguém da família dessa forma.

É notório que, durante muito tempo, a nação Caiuá sofreu com o isolamento em reservas, falta de terras, alto índice de alcoolismo e uso de drogas, perda de sua identidade cultural, desemprego, pobreza extrema e falta de perspectivas.

Hoje, a Escola Municipal Mitã RoryCriança Feliz e outros projetos de capacitação e de formação de liderança têm feito a diferença. Crianças e jovens que falam 2, 3 e até 4 idiomas (português, espanhol, guarani e caiuá) se destacam através da música e fazem essa tribo ser conhecida como “a tribo que não morreu”. São professores, enfermeiros, nutricionistas, advogados e outros profissionais que estudaram e cresceram na escola e hoje são profissionais que servem o seu próprio povo.

DEPOIMENTOS

Histórias de quem vive esta realidade

Na escola, a língua materna e a cultura Caiuá são lecionadas pelos próprios indígenas. Isso ajuda a preservar a língua e a cultura deles.
—Diretora Sebastiana

Vou falar por mim mesmo, pois sou Caiuá. A música é uma das formas com a qual me expresso e acredito que isso seja verdadeiro para todos os Caiuás. A música também é uma maneira que temos para desabafar.
—Professor Jânio

Algo muito interessante na cultura Caiuá é o fato de a comunicação do indígena com Deus ser sempre de forma cantada; nunca falada.
—Reverendo Benjamin

O nosso papel […] priorizou a atenção à língua, que é tão bonita. Incentivamos e demos apoio para que essa bela língua fosse usada em toda parte: na igreja, em casa e também nas escolas.
—Missionária Audrey

logo